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Caminhava com uma confiança elegante, cabeça erguida e peito estufado de ar do meio dia. Seus lindos cabelos negros dançavam lisos com os parceiros do vento que sopravam, livremente, seu doce perfume sobre os desafortunados sonhadores. Sorria para o sol, que se curvava ante o brilho ofuscante de sua beleza.

De figura altiva e esbelta, rara como a visão de míticos unicórnios, se sobressaia dentre a multidão habitual do centro da cidade onde, mesmo em visitas não tão freqüentes, se sentia uma rainha transitando entre servos; a jovem estudante de direito.

A futura profissão, nobre, era exercida na escuridão de calabouços hediondos, repletos de roedores sedentos por sangue e falsas verdades. Alheia a tudo, desfilava sua invulnerabilidade e perfeição por cada sala, vara e repartição; arrastando consigo suspiros e sonhos plebeus.

Seus olhos treinados por anos de boa educação e cultura disfarçavam seus reais sentimentos em relação à ignorância e a imundice ao seu redor, enquanto seus lábios entoavam falsos cânticos de respeito e agradecimento aos criados na desgraça.

Crepúsculo mamou o dia e, de retorno ao lar, pôs-se a um processo de purificação contra toda sujidade que lhe intoxicava a alma. Como qualquer garota de sua idade, abençoada por uma herança divina, fechou-se trancada em seu aposento, regurgitou sem dó a última refeição, injetou doses de alegria cristalina em suas veias e adormeceu ao telefone, finda uma conversa casual sobre vidas alheias – de pessoas tão nobres quanto ela.

10/novembro/2005