<meta name='google-adsense-platform-account' content='ca-host-pub-1556223355139109'/> <meta name='google-adsense-platform-domain' content='blogspot.com'/> <!-- --><style type="text/css">@import url(https://www.blogger.com/static/v1/v-css/navbar/3334278262-classic.css); div.b-mobile {display:none;} </style> </head><body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d11751586\x26blogName\x3db.ponto\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLACK\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://beponto.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://beponto.blogspot.com/\x26vt\x3d-7450663410513144746', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

(Apresentada originalmente no 30º Festival de Teatro da Cultura Inglesa - antes da peça 'Commercial Break' do grupo Smart Spirit)

Telefone toca (pausa). Toca novamente (pausa).

Bro (off): Será que dá pra atender a porcaria do telefone?

Telefone toca (pausa). Mais uma vez (pausa).

Bro (off): Tá bom, tá bom... já to indo.

Bro entra em cena, calça arreada, pedaço de papel higiênico preso no sapato, dobrando um jornal que trazia à mão e colocando-o debaixo do braço.

Bro: Tô chegando, guentaí... porque o telefone toca sempre nessas horas?

Bro: Al... (ligação a cobrar) Alô? Quem fala aqui é o Bro, gostaria de falar com quem? Então, pra falar a verdade eu não moro aqui e não sei te dizer ...

Mari entra com um saco cheio de coisas. Procura no armário, pega uma bandeja e coloca no saco. Vê o Bro ao telefone.

Mari (surpresa): Posso saber que droga o senhor está fazendo?

Bro (ao telefone): ... aguarde só um minutinho, por favor. (coloca o fone ao lado do aparelho) (pra Mari) Disse algo querida?

Mari: Não vem com esse lance de querida pra cima de mim. E eu perguntei “o que é que o senhor pensa que está fazendo”?

Bro: Ué, estou ao telefone?

Mari: Mas isso eu percebi, imbecil. Foi uma pergunta retórica. O que quero saber é ‘porque’ o senhor está ao telefone?

Bro: Como assim ‘porque’? Porque ele estava tocando insistentemente. Gritei pra você atender mas você não respondeu...

Mari: E por que motivo eu iria atender ao telefone da casa que eu estou roubando? Ou você? Mas antes disso: posso saber porque suas calças estão no chão?

Bro: É que eu estava no banheiro quando o telefone tocou e acabei saindo com pressa...

Mari: No banheiro?? Mas que diabos você estava fazendo no banheiro?

Bro: Essa também é uma pergunta retórica?

Mari: Como?

Bro: Nada não... eu estava apertado, oras. Precisava ir ao banheiro.

Mari: Mas justo aqui? E justo agora? Não podia ter ido antes de virmos pra cá.

Bro: Eu fui. Mas deu vontade de novo. Acho que foi o chocolate que comi depois do almoço. Você sabe como as amêndoas fazem mal às minhas úlceras e, além disso...

Mari: Você ainda está falando...

Bro: Foi mal... mas eu precisava muito ir... número 2, entende?

Mari: Inacreditável.

Bro: Também acho... o que? O lance do chocolate ou...?

Mari: Você! Inacreditável você... eu desesperada, correndo contra o tempo e você... como se estivesse em casa, relaxando no banheiro.

Bro: Pior que nem consegui relaxar nada... tava complicado. Acho que fico nervoso nessas situações. Sem falar que sinto falta daqueles peixinhos pintados nos azulejos do banheiro do nosso quarto. Eles, sim, me pacificam. Imagino que estou no fundo do oceano e... já sei... falando demais, né?

Mari (olhando em volta): O seu saco... onde estão as suas coisas?

Bro: Na verdade eu acho que deixei próximo à escada; na entrada...

Mari: Acha?

Bro: É. Acho. Eu tava preocupado procurando o banheiro que mal tive tempo de pegar qualquer coisa ainda e...

Mari: Você não pegou nada ainda?

Bro: Peguei um rolo de papel-higiênico lá no banheiro. É daqueles macios sabe, querida. Com perfume.

Mari: Querida é a sua avó. Eu quero o cofre, e não a droga do papel higiênico?

Som de sirene.

Mari: Que é isso? A polícia?? Mas como... você desligou o alarme, não foi?

Bro: Então... era o que eu ia fazer assim que saísse do banheiro e...

Mari: E... fez merda, né? E no sentido literal! Eu vinha sonhando com esse assalto há semanas, idiota! Mas você vai me pagar. Ah, vai... agora, ponha logo essa calça e vamos fugir daqui...

Bro: Sim querida... eu vou só dar a descarga antes de... (ela olha brava) e esqueça que eu falei qualquer coisa.

Mari (saindo): Droga. Talvez eu ainda consigo roubar o aparelho de DVD.

Bro (pondo as calças): Aproveita e seleciona uns filminhos bacanas também...

Mari: Cala a boca e corra...

Mari e Bro saem. Bro volta e pega o telefone.

Bro: Alo?? Oi, desculpa a demora... olha, estamos meio que na correria por aqui. Posso anotar o seu recado? (anota o recado). Certo. Até logo.

Mari (entra com um DVD na mão): Você já assistiu ‘Garotinhas Safadas 2’?

Bro: Já lançaram o segundo?

06/junho/2006