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A grande maioria dos meus amigos possui uma série de motivos para terminarem seus relacionamentos amorosos: algumas namoradas reclamam demais sobre tudo ou todos, outras são excessivamente ciumentas, umas não curtem a idéia de fazerem sexo de luz acesa, outras gastam muito no cartão de crédito deles, algumas traem, xingam e até batem. Eu tenho apenas um motivo, e diferente de todos esses, para terminar o meu: a minha namorada lê mentes.

E não estou falando daquelas situações ridículas de quando chegamos em casa bêbados na madrugada, cheirando a perfume barato, cabelos molhados, cuspindo desculpas de que a bateria do celular acabou e elas sabem, exatamente, o que estávamos aprontando.

A minha namorada, realmente lê mentes. Chega a ser perturbador. E não apenas as coisas que estou pensando em um determinado momento; mas qualquer coisa que exista dentro do meu cerébro pode ser vasculhada por esse seu poder assustador.

Não havia me dito isso da vez em que nos conhecemos pois, conforme explicou, meus pensamentos eram todos sobre ela e isso a deixava lisonjeada e despreocupada. Só de refletir, agora, sobre essa sua capacidade, fico extremamente envergonhado: ela realmente era um tesão de mulher! Ainda é.

Descobri a verdade no nosso terceiro encontro; um domingo. Lembro porque era final do Campeonato Brasileiro. Não é difícil imaginar o resto. Fomos ao cinema e eu tentei, ao máximo, esconder minha preocupação em voltarmos logo pra casa. Ela ficou puta mas, como gostava de mim, resolveu me contar toda a verdade e me dar uma chance.

Chance? Mas que chance tenho eu? Ela lê mentes, oras!

Não sou um cara mentiroso, longe disso. Teoricamente, o relacionamento não tinha porque dar errado; não mesmo. Essencialmente, eu fazia tudo certo; era atencioso, carinhoso, protetor, companheiro. Mas os problemas estão sempre nos pequenos detalhes.

No meu caso, principalmente, como seria possível aplicar as dicas do ‘Manual Secreto para o Homem Compromissado’? Eu não tenho a mínima capacidade em disfarçar, simplesmente para agradá-la, que faltava sal na comida, que odiava novela, que a sexta blusa que havia experimentado era tão boa quanto a primeira, que eu não me importava com as cores da cortina e assim por diante.

Era o direito à minha privacidade em jogo. Proibição em pensar livremente, já que todas as ondas mentais estavam sob vigília. Alguém me ensina, me mostra em um livro qualquer, como fazer pra não pensar naquela mulher linda que apresenta a previsão do tempo, ou no carro esporte que vai de 0 a 100 km/h em 6 segundos, nas lutas sangrentas de boxe, nas noitadas de bebedeira com os amigos, nos acampamentos de sobrevivência na selva, nos campeonatos de arroto com o tio Idelfonso, em duas mulheres juntas na cama... com certeza, não chegaremos a esse 4º encontro.


14/julho/2006