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Danilo sentia frio na cabeça. Careca. Raspada no primeiro dia de aula. Chegava cedo todos os dias – abandonado pelo pai no caminho pro trabalho – e perambulava sozinho por entres os prédios, pensando se tinha escolhido a faculdade certa, o curso certo e se o seu tênis combinava com a camiseta. Certa vez, em uma quarta-feira sem sol, enquanto subia por uma escada escondida no fundo do prédio do curso de administração, reparou em uma garota linda sentada sobre um dos degraus; sozinha, de olhos claros, encarando o infinito. Ela, alheia à realidade, nem percebeu que Danilo a encarava, incomodado pelo fato de que alguém mais circulava pelos seus esconderijos; e ainda, naquele horário. No dia seguinte, lá estava ela novamente. Cabelos loiros escorridos sobre os ombros, usando uma calça jeans clara surrada e um moleton branco da World Wildlife Fundation. Danilo ficou surpreso em vê-la novamente. Quase a xingou. Pensou em mudar seu trajeto. Criar uma nova rota. Talvez por detrás do prédio de Ciências Sociais ou de Filosofia. Mas ele gostava daquelas escadas e não queria se submeter a tanto. Uma semana se passou e a garota do sorriso perfeito percebeu que algo inquietava o rapaz estranho que, todos os dias, circulava por aquele local ermo, horas antes do primeiro sinal tocar. Ela, bem moderninha, perguntou um dia como ele estava; que respondeu, meio que gaguejando, que estava tudo bem, e indagou de volta algo sobre o tempo; quando ela riu e não escondeu o fato de ter achado sua pergunta bem bobinha; o que o fez corar. Novos dias vieram, todos sem sol, e os dois começaram a se conhecer melhor. Trocaram idéias sobre a vida, opiniões sobre os cursos de cada um, olhares calorosos e, como era de se esperar, salivas quentes de paixão. Todas as manhãs, antes da névoa se dissipar, com aquele leve perfume de orvalho no ar, os dois, extremamente apaixonados, se deliciavam em sua cumplicidade. Ficavam horas se beijando, se agarrando, se apertando e só soltavam com o soar do gongo. Chegar cedo na faculdade nunca tinha sido tão bom pra Danilo. Deixava o material na sala deserta e, assoviando canções de seriados de televisão, caminhava decidido pelos corredores escuros. Porém, naquela manhã em especial, ela não apareceu. Talvez tenha ficado doente. “- Gripe de inverno”, pensou. Nem no dia que veio depois. Ou no próximo. Muito menos durante os sete anos seguintes; tempo máximo que Danilo conseguiu estender seu curso, evitando que fosse jubilado da faculdade.

13/junho/2006