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A leve brisa que veio do alto perdeu temperatura no piso de pedra e me atingiu feito uma flecha; certeira no átrio esquerdo encharcado de sangue em ebulição. Algumas velas foram acessas, quase que ao mesmo tempo, iluminando precariamente o palco em forma de arena onde eu me encontrava. Apesar da fraca luz não alcançar a platéia, isso não impediu que eu notasse as centenas de pessoas se aglomerando ao meu redor. O silêncio era sepulcral e um arrepio subiu pela minha coluna. Se eu não tivesse amordaçado, tenho certeza que gritaria em desespero.

Distraído pelo medo e pela apreensão, demorei pra sentir as mãos macias que tocavam o meu corpo nu. Estavam oleosas, espalhando calor e cheiro em cada movimento. O óleo escorreu pelo meu braço e, por um segundo, imaginei que pudesse escorregar as mãos por dentre as presilhas de metal e me libertar de toda essa alucinação. Comum engano.

Senti um fogo enorme queimando o meu pinto, que endureceu numa fração de segundos quando lábios carnudos o percorreram em toda a sua extensão. Lábios de uma ruiva cor do sol, que de olhos bem fechados me chupava como que sua vida dependesse disso.

Um violino ecoava solitário em algum lugar do teatro, contrastando a antipatia dos espectadores.

Duas outras garotas, morenas, me espremeram entre seus seios e me deitaram gentilmente no chão gelado e áspero, enquanto beijavam e lambiam cada milímetro do meu desespero. Diálogos centenários de Shakespeare me vinham a mente, recordando a última vez em que estive em um palco, durante os inocentes anos do colégio.

As três mulheres, em um balé extremamente sincronizado, revezavam-se violentamente entre o meu pinto ardente, meu peito, e diversões particulares. Lágrimas escorriam sem aderência pelo meu rosto e o metal deixava marcas na minha pele. Uma percussão acompanhava as cordas; talvez fosse o som do meu coração. Gozei com força dentro de uma das morenas e rugi internamente toda a minha raiva, enquanto era segurado preso ao chão. Filhos da Puta. Uma pequena faca percorreu minha garganta seca e tudo que existia dentro de mim escorreu pelas ranhuras de pedra, queimando sonhos e o puritanismo de ontem.

Enquanto tudo se escurecia em uma paz espiritual pude ouvir o grito ensurdecedor da platéia que vibrava em excitação, dando início a uma mega orgia de sangue, suor e pecado.


24/agosto/2005