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INÍCIO DA CENA 1

NECROTÉRIO – SALA DE EMBALSAMAMENTO – MADRUGADA

(Um corpo deitado sobre a mesa de embalsamamento. LENNIS entra, vestido em seu avental branco, sobre uma camisa listrada e gravata borboleta. Óculos redondos sobre um rosto quadrado, bigode bem aparado, unhas limpas e cortadas. Ele lava as mãos, coloca as luvas, liga o pequeno rádio ao lado da mesinha com os instrumentos e começa a trabalhar no corpo do de cujus.)

(Momentos depois, ANIMAL entra silenciosamente na sala, vestindo couro e metais da cabeça aos pés. Seu rosto é coberto por uma máscara de couro, com orifícios para os olhos e para a boca, controlados por zíperes.)

ANIMAL se aproxima lentamente. Pará como se estivesse calculando seus movimentos. Fica observando enquanto LENNIS trabalha.

ANIMAL: Morreu de que, essa aí?

(LENNIS o ignora.)

(ANIMAL caminha até o rádio e o desliga. LENNIS levanta os olhos no intuito de descobrir o que teria acontecido com a música.)

ANIMAL: Morreu de que, essa aí?

(LENNIS abaixa os olhos e continua a se concentrar no corpo a sua frente.)

LENNIS: Não morreu. Estou apenas tirando uma gordurinha daqui, outra dali..

ANIMAL: Você não leva jeito para comédia...

LENNIS: Você vai me deixar trabalhar, ou não?

ANIMAL:... vou! ... é uma encomenda?

LENNIS: Como?

ANIMAL: Uma encomenda?? ... pra ELE!!!

LENNIS:... sim! Agora me deixe em paz.

ANIMAL: Ok... estou dando uma festinha lá em cima, no depósito dos caixões. Você não quer dar uma passada lá depois? Pra descontrair..

LENNIS: Já estou bastante descontraído, obrigado.

ANIMAL: Te prometo que dessa vez não terá espancamento...

LENNIS: Como?

ANIMAL: Nada não. Posso pegar um bisturi emprestado?

LENNIS: Por que?

ANIMAL: E isso é da sua conta?

LENNIS: .... é verdade. Não é. Tome. Acho que está esterilizado e tudo... não me lembro mais. Ah... e não precisa devolver.

ANIMAL: Obrigado. Até.... (Sai. Volta logo em seguida) Bom.. então... tem esse cara novo que apareceu aí, amigo do MANFRE. Ele é lindo... um DEUS GREGO. Ele curte retaliação e tal... você sabe que eu não sou afim dessas coisas; não posso ver sangue... mas, ele é divino. (Mostra o bisturi) E não posso perder essa oportunidade.

LENNIS: Vocês são todos loucos.

ANIMAL: E você é um enrustido!

LENNIS: Melhor do que ser doente pervertido...

ANIMAL: Quem é doente? (Se aproxima de LENNIS, com passadas firmes e olhar ameaçador)

DEUS GREGO (grita em off): Cadê você meu carrasco??

ANIMAL: Tenho que ir... (Liga o rádio, encara LENNIS por mais alguns segundos, e sai.)

(LENNIS volta a trabalhar. A música é triste, envolvente e, até certo ponto, sensual. LENNIS olha ao redor, na tentativa de se certificar de que ninguém está por perto. Guarda os instrumentos de volta na mesinha. Ele retorna seus olhos para o corpo e o encara fixamente. LENNIS se inclina lentamente, enquanto a música vai atingindo uma intensidade maior, e beija o cadáver, na boca. De repente, sua mão começa a deslizar para entre as pernas da mulher morta, enquanto seus lábios e sua língua rodopiam em valsa pelos seios azuis, nus e frios.)

BLACKOUT

FIM DA CENA 1


13/abril/2005